quinta-feira, 28 de julho de 2011
domingo, 17 de julho de 2011
Volto
Achei que estava indo, mas voltei para trás
Aonde eu estou sozinho, seguindo, sem nada
Ainda bem que eu volto mais forte, mais esperto
Porque assim eu acho graça e me solto, pra encontrar outro afeto
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terça-feira, 5 de julho de 2011
Embruteço na cidade!
“Gentileza gera gentileza” é uma das frases que mais gosto. Ela se tornou um mantra, principalmente agora que me mudei para a cidade grande.
Aqui tem sempre um ser hostil capaz de causar aquela queimação no estômago. Por isso, agora eu sempre saio de casa respirando fundo e repetindo em voz baixa... “gentileza gera gentileza, gentileza gera gentileza...”.
Falta de gentileza não combina com o desenvolvimento econômico, nem com as ruas limpas, nem com as flores deste lugar. Semana passada quase fui atropelado por um semáforo, isto mesmo, um sinaleiro de trânsito. Um ônibus precisou fazer a curva com precisão, para não atrapalhar os carros que vinham atrás. Resultado: a traseira dele enroscou na barra do semáforo e eu, pobre pedestre, fui me afastando desesperado com aquela luz verde vindo em minha direção. Que medo daquele sinal!
E por falar em pressa, hoje fui invadido por uma adolescente na porta de um banco. Parecia um enxame de abelhas. Ela veio rápida e ousada, enquanto eu saia tranquilo da agência. Abri a porta, ainda na intensão de oferecer passagem, mas não houve tempo, ela passou por baixo dos meus braços, driblando todo meu impulso de gentileza. “Por favor né moça!”, eu disse alto a ela, decepcionado com aquela atitude nada gentil.
O pior de tudo é que a arrogância também gera arrogância. A gente vai se munindo de proteção e defesa, agindo instintivamente pra sobreviver na selva de pedra. Eu, por exemplo, quando vou em alguma loja, não chego mais todo educadinho, dizendo com licença e por favor. Eu sei que, na maioria das vezes não adianta, então, ja chego me imponho. Fecho a cara, aumento o tom de voz e deixo ela bem grave... EU PRECISO DISSO, DISSO E DAQUILO!!! ... de vez em quando sou surpreendido com sorrisos e boa educação, aí saio muito envergonhado do lugar.
Nas ruas estou influenciado pelas estratégias de um amigo, outro novato na cidade grande. Ele não desvia mais das pessoas e também não pede mais desculpas se trompar em alguém, estes dias uma senhora até caiu no jardim da rua 15, quando veio toda acelerada se deparou com ele. Daqui a pouco os pedestres vão precisar de treinamento para andar no centro, carteira do Detran com categoria e foto.
Meus vizinhos também experimentam uma nova versão do novo morador que veio do interior. O vizinho de baixo deve ter ouvido o meu desafiador “BOA NOITEEEE”, depois que ele fingiu não me ver e fechou a porta de seu apartamento na minha cara.
Estou preocupado comigo... “Gentileza gera gentileza... gentileza gera gentileza... gentileza gera gentileza”.
Sinto falta daquelas pessoas fofoqueiras na beira das janelas, cuidando a vida alheia. Poderia ter várias destas por aqui. De repente, assim, os moradores deste lugar iam ficar mais atentos, cuidar melhor de suas atitudes para não ficarem mau falados na boca do povo.
Estou lutando para não me embrutecer, para não regredir na evolução humana.
“Gentileza gera gentileza... gentileza gera gentileza...”
Elânio Rodrigues
Curitiba, 05 de julho de 2011 – 9:48.
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