Quem sou eu ...

Balançado demais

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Reservados para a violência



Estou com vontade de descontar todo meu descontentamento urbano no meu vizinho.

Hoje, mais uma vez, nos topamos no portão do edifício e ele literalmente me virou as costas. Mas não foi pelas dezenas de vezes que ele faz isto comigo que eu fico chateado com a cidade grande.

Hoje ouvi o pesar de uma senhora que foi atropelada, em frente a seu trabalho em uma rua residencial e movimentada da cidade. “Tantos vizinhos ao redor e somente um motoboy parou para me socorrer”, dizia ela desapontada.

Hoje também foi dia de ver meu amigo contribuir com um rapaz na rua que, aparentemente, foi assaltado. Eu o poupei das explicações, apenas olhei nos olhos do moço e quase implorei que esta história realmente fosse sincera.

Realmente está cada vez mais violento viver aqui. O pior é que todos continuam agindo como se apenas sua vida importasse, como se não fizéssemos parte do mesmo espaço, da mesma comunidade.

Enfim... eu não posso me desapontar com meu vizinho, ele tem suas razões pra ser assim. Eu só preciso alimentar diariamente as razões para ser gentil e ter calma nesta cidade grande.


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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não mereço, mas me ame




“Ama-me quando eu menos mereço, pois é quando eu mais preciso”

O facebook ficou cheio de muitas plaquinhas nas proximidades do dia dos namorados. Os não enamorados ou desnamorados compartilharam mensagens de aluga-se, ama-me, olha-me, etc, etc...

Eu precisei fazer de conta que este dia não existe, não estou merecendo ser amado. Foi por isto que a frase acima chamou tanta atenção.

Sempre digo às minhas amigas e amigos que somos uma geração que faz test drive para a evolução da sociedade. Afinal, todos reclamam que está difícil namorar, encontrar alguém especial. Reclamam que todos só querem ficar, não querem nada sério e por aí vai.

Nós temos menos paciência pra engolir sapos.

Minha mãe, por exemplo, vive reclamando da relação com meu pai. Eu já sugeri de forma muito traquila: peça o divórcio mãe! Ela reagiu de forma surpresa, é claro. A maioria dos nossos pais foram educados a casar e permanecer até o fim da vida, mesmo vivendo um matrimônio infeliz.

Nossa geração não! O buraco é mais embaixo. Não me faz feliz, não me realiza na cama, não me ama de verdade, não contribui com as despesas em casa, então TCHAU!

A gente acaba ficando meio infeliz sozinho, um pouco melhor do que mau acompanhado. A formação cultural se choca com a realidade de uma nova forma de ser.

Juventude prolongada, morando em casa. Prioridade de formação, de inserção no mercado de trabalho. Sexo mais fácil e culpa por não ter compromisso. Quanta coisa passa nestas nossas cabeças!!!

Eu não mereço, mas me ame por favor rsrsrs.

Curitiba, junho de 2011


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