Quem sou eu ...

Balançado demais

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu támbém preciso



Preciso de Alguém

Meu nome é Caio F.

Moro no segundo andar, mas nunca encontrei você na escada.

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas.

Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. (...)

Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

(Caio Fernando Abreu - Crônica publicada no “Estadão” Caderno 2 de 29/07/87)

Tenho


Tive vontade de tomar um banho e um drinque, e de presentear a pele com hidratação perfumada.
Tive a certeza dos amigos presentes.
Tive calma e vontade de falar da vida, de como estou voltando a ser quase quem eu era.
Tive a visão da minha essência e a petulância de dizer que: amor pra ser bom tem que me aceitar como sou.
Há sempre um momento bom que passa e daí eu reclamo e aconselho mais emoção ao meu ego.
Se não tenho certeza opto pelo simples, pelo caminho natural das coisas.
Tive inspiração... e fui. Agora gosto...

domingo, 22 de novembro de 2009

Respeitando meu tempo!!!

O momento é de me reconhecer e de conhecer.
Reconhecer o músico dentro de mim e partilhar as canções, aprendendo a sôar elas em mim. Momento também de conhecer aqueles que já estão na estrada sonora há muito tempo.
Um destes novos amigos disse-me: “Elânio, um disco a gente não termina de mixar, a gente desiste pra enviar logo a fábrica”... eu só pude rir porque este tem sido o trabalho do produtor de meu disco que está em fase final.
O recado serviu pra mim também. Eu já ouço o novo disco pensando em tudo de melhor que poderia ter feito nele. Aí busco calma no pensamento de outro músico que me aproximei neste início de estrada: “não se compare com a produção do passado, é preciso respeitar o seu tempo”.
Quanto aprendizado eu tive neste processo!!! E muita coisa ainda vem pela frente.
Eu espero que estas canções toquem principalmente os ouvidos do público, a quem dedico o novo disco.
Lançaremos em 2010... aguarde!!!