sexta-feira, 23 de janeiro de 2009
Denaveio
Tem que ser agora, e não tenho onde escrever.
Caminho por uma calçada suja e só encontro um jornal velho, jogado.
O jeito é aproveitar o agora, como ele surge.
Assim, a calçada suja da lugar a caminhada de um pensador que sonha neste presente e se torna um mágico. Capaz de abandonar a velha notícia, aproveitando o papel amarelo, amassado.
Aqui, neste agora estranho, reescrevo, reimpresso. Proponho a palavra bonita, singela e forte. Que me falte um papel em branco. Haverá sempre a notícia velha descartada em qualquer ponto da estrada. A caneta eu nunca esqueço. É testemunha do que faço e desfaço pelas idéias.
Vinha pensando na vida. Saí do hospital onde Ana Mafalda se recupera. Depois de sucumbir na doença ainda incerta, ela sorri e conversa bastante. Nos alegra com seus devaneios e lembranças estranhas. Ela reescreve a existência no seu jornal velho, cheio de notícias passadas.
Ainda não sabemos o que a espera, nem ela.
Avó querida avise quando a caneta começar a falhar. Nós estaremos sempre ao teu lado.
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