Eu precisava disso, uma faxina geral. Meu quarto, meu corpo,
meus pensamentos. Tudo o que eu mais precisava era de um momento.
Ao sair de
minha casa todos os dias, deixo alguns vestígios da minha passagem. Sábado está
tudo revirado, amontoado, de uma forma que me convida a faxina dos fins de
semana. Se isso não é feito, a próxima semana vai começar de qualquer jeito.
Meu corpo também me exige. Preciso dos meus banhos, dos meus
cremes, dos meus cheiros. Preciso lavar o cabelo, aparar as unhas e os pelos.
Tudo isso sem esquecer os dentes, vasculhados pelo fio delicadamente.
Vida de faxineiro não é fácil, mas é confortante. Depois só
resta a mente, a limpeza dos maus pensamentos e a busca inconstante do bom
humor.
Vou com calma, sem perfeição.
Apenas mais arejado, sempre.
Eu, quase limpo, mas bem cuidado.
(Elânio Rodrigues - Campo Grande, domingo, 11 de março de 2012 - 14:40)
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