Quem sou eu ...

Balançado demais

domingo, 20 de dezembro de 2009

A culpa "não é minha", mas choro

Homem em Curitiba - setembro de 2008 - Foto: Elânio


Chorei silenciosamente...


Eu que nunca passei fome. Eu que tenho família e moro num bairro de uma cidade que considero maravilhosa.

“Ultima parada 174”

Se a minha educação e Cultura viessem de uma família rica, talvez eu nem quisesse assistir o filme. O primeiro discurso seria que atualmente o cinema brasileiro se aproveita da violência social para se promover e que os filmes americanos ainda são os melhores em qualidade e roteiro.

Se eu morasse la na favela do Rio de Janeiro eu ia ficar mais puto ainda depois de “Ultima parada 174”, porque estaria sentindo na pele o que a película do filme escancara: a relação de preconceito, pobreza, injustiça, tráfico, violência... misturada com tantos universos de brasileiros que buscam sobreviver honestamente num ambiente complicado. Eu seria negro, indígena, nordestino ...

Eu estou em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, onde não vejo os meninos e meninas em situação de risco vivendo na rua. Mas sei que eles estão por aí, sem perspectivas no fundo do quintal desta bela e jovem cidade.

Por quê?

Eu concordo que caráter é maior virtude para construir uma vida melhor.

Mas, e aí?

Caráter, ética, políticas públicas, iniciativas não governamentais, atitude social, justiça, sistema penitenciário eficiente, amor, carinho, respeito, compreensão...

Que boas notícias queremos para 2010?

“Seja você a diferença que espera do mundo”, diz Ghandi.

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