Quem sou eu ...

Balançado demais

sábado, 25 de junho de 2011

Relaxar o caramba!




Eu sempre respiro fundo quando alguém me diz: “relaxa”. Se me disserem: “você se preocupa demais”, aí eu respiro ainda mais fundo.

Não faço isso para seguir o conselho, eu respiro para não gritar ainda mais com uma proposta destas, que parece um insulto a quem não está nada bem.

Puxa! Se eu to reclamando, tudo o que preciso é de alguém que me ouça, que me deixe falar daquilo que incomoda e me faz triste. Mas que não diga “relaxa”, porque isto com certeza não vai ajudar rsrsrs.

Alguém te procura para desabafar e você não sabe o que dizer? Então, fique calado. Expresse apenas um “eu compreendo”, mesmo sabendo que você agiria diferente diante da situação alheia. Acredite! Isto é técnica de relacionamento humano, vai funcionar comigo, com seu cliente, com seus amigos e familiares.

Quando me dizem que sou uma pessoa calma eu sempre alerto que, na verdade, sou apenas uma pessoa tranquila. Para mim, vida boa é como uma boa novela das oito ou a tela de um cinema comercial, cheia de conflitos e finais felizes. Felicidade forte é felicidade inteira porque sempre podemos unir um fim a um novo começo.

É por isso que eu fico puto da vida. Aprendi a viver meus momentos de tensão, eles são fundamentais para esta tranquilidade.

Hoje eu sei realmente o que me incomoda, o que me faz desabar em silêncio e falta de sentido. Prefiro aceitar que não sou todo feliz, mas insisto sempre que o caminho é melhor quando somos pessoas contentes.

Agradeço cada dificuldade e olho para trás vendo que elas vão ficando pequenininhas. Me olho no espelho e digo “PÁRA DE SER ASSIM”, rindo deste temperamento que complica todo o funcionamento do meu corpo e mente.

Bem... seria pior se eu fingisse ser outra pessoa, porque uma panela de pressão estoura quando fica muito tempo ao fogo.

Portanto, por favor, por gentileza, evite dizer para alguém a palavra relaxe. Até mesmo os profissionais em relaxamento sabem chegar neste ponto de forma sutil, sem esfregar na cara do outro que ele está nervoso (perceba que ainda continuo bravinho rsrs).

Observe como os pensamentos vem e vão... apenas respire! Sugere Rosa, minha orientadora de Yoga.

Já a minha sugestão é: desligue o fogo, esvazie o ar da panela, verifique se está cozido, coloque mais água, volte para o fogão e cuide a hora de retirar. A receita é simples e tem tudo para dar certo.


Elânio
Curitiba, 25 de junho de 2011 – 9:49


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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Campo Grande e Curitiba, as primas metidas.



Eu sempre digo que Campo Grande e Curitiba são primas. É incrível como parecem ser da mesma família. Provincianas, acusam alguns amigos meus. Eu ainda estou observando elas pra ter certeza.

Curitiba é aquela prima metida, que foi para a Europa, estudou e passeou por lá. Agora ela retorna ao Brasil cheia de pose e querendo ser modelo de conduta social e educação. É reservada, fria, detesta visitas sem aviso prévio e se sente pouco a vontade em falar com estranhos.

Campo Grande é aquela prima que quer ser chique, vive copiando a prima Curitiba. Mas, na verdade, é uma garota simpática e interiorana, mais desconfiada que reservada. Tem vontade de interagir com os estranhos, mais por interesse de ascensão social do que por amizade.

As duas primas são estranhas. Elas tem outras primas pelo Brasil que formam uma família muito diferente. Mais ao norte moram as mais sociáveis de todas, devido ao clima quente da região. Tem primas executivas no sudeste, primas de praia de sul a norte, primas tradicionais de colonos, primas humildes pela pobreza, primas feteiras de carnaval, etc.

Curitiba e Campo Grande andam sempre juntas, fazendo pose e tentando impressionar pela beleza e cuidado com a pele e o corpo.
Sempre morei perto da prima Campo Grande, mas nunca dei tanta atenção aos caprichos desta menina morena. Me ocupava com grandes amigos e familiares e fechava os olhos para o que todos me diziam: “ela não sabe receber a gente, não sabe fazer amizade, é difícil chegar até ela”.

Hoje moro perto da prima Curitiba e sinto na pela o que os forasteiros me diziam sobre Campo Grande. A prima sorriso é uma pessoa carente e difícil de compreender. Tem mania de falar bem dos outros pelas costas, porque não sabe expressar seus sentimentos. Tento olhar nos olhos dela sem invadir sua privacidade, quero apenas conversar de forma leve e ir me aproximando.

Curitiba é realmente difícil, mas pra quem já convivia com a Campo Grande não precisa se assustar. Ainda bem que a família é bem grande, assim não me sinto sozinho neste Brasil.

Elânio
Curitiba, 23 de junho de 2011 – 11:02


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terça-feira, 21 de junho de 2011

Mãos e pés para o destino




Vamos deixar nas mãos de destino?

Pode ser que para você seja fácil, mas o que farei com meus sonhos, desejos, vontades, planos e ideias? Eu acredito no destino, ele me presenteia com acontecimentos maravilhosos, mas tenho a impressão que isso só acontece quando dou uma mão e direciono meus pés a ele.

Eu adoro aquela frase do Paulo Coelho que diz: “Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo”. Talvez o meu destino seja diferente então. Ele é um pai durão que só me surpreende quando reconhece todo o meu esforço.

Destino é realmente mágico, já me fez sorrir muito com encontros e desencontros que me levam a um final feliz que na verdade nunca é o fim. Tudo sempre por causa do caminho que trilhei. Seria o destino aquelas pequenas estradas que passamos quando decidimos por uma das vias principais?

Para mim é o que parece ser. Destino por destino, aquele que aparece do nada, ainda não me aconteceu. E quer saber de uma coisa? Está bom assim, eu me movimento, busco solução, reflito minhas decisões, enfim, não fico só esperando pelo destino, embora eu sempre conte com ele.

Se for pra acreditar demais no destino, eu prefiro acreditar na força do tempo, meu guia para o que é verdadeiro e bom. O tempo que me instiga a viver correndo e, ao mesmo tempo, parar para ter mais tempo.

Elânio
Curitiba, 21 de junho de 2011 – 17:35


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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mudança cabeluda



É no cabeleireiro que a vida recomeça. Digo isso porque sou outra pessoa sempre que cortam meus cabelos. Notei que minhas mudanças sempre tomam força quando decido mudar o visual. Deve ser efeito psicológico.

É naquele momento de agendar a ida ao cabeleireiro que tudo vai tomando forma. É naquela lavagem pré-corte que minha mente relaxa, deixando-se levar pela água nos cabelos e massagem no couro cabeludo, acomodando os pensamentos ruins ou inúteis.

Há três meses eu quis deixar o cabelo crescer, depois fizeram a manutenção do corte, mas hoje não tive dúvidas: “deixe eles bem curtos e modernos”, implorei a cabeleireira.

Já tive fios longos, já pintei e repiquei, deixei passarem a navalha e até raspei. Sempre saio do salão com muita esperança, a de que vou gostar do corte e acertei na decisão. Bem! Como tudo o que faço na vida, eu realmente nunca desisto rsrs... Essas mudanças capilares fazem parte de mim, pelo menos enquanto houver cabelos.

A vida num salão de beleza é muito mais divertida, então eu quero mais. Que façam meus pés, minhas mãos e sobrancelhas. Que depilem os pelos em excesso e ainda me contem uma boa e maldosa fofoca.
Quero ter sempre cabelos para poder sempre mudar.

Elânio
Curitiba, 20 de junho de 2011 – 0:45
Dedicado a Andreia Tristão


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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Falow!!!



Depois de pegar na minha mão, pegou no meu pé. Deixou as coisas bonitas e me disse muitas verdades. Acusou minha intensão de agito, de vaidade e me deixou sem palavras. Um estranho cuidando de mim para dizer adeus. Pediu mais calma, mais tempo, mais tolerância.

Eu também disse coisas porque fui acusado de ter medo e tristeza. Vasculhei o passado e relembrei de como tudo começou, foi um olhar esperto e um desejo de chegar até o outro. Fui verdade comigo, fui vontade, fui atitude, fui até onde não esperava chegar.

Distantes! Esse é nosso grande inimigo. 

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Desencontro



Nosso desencontro é fatal
E é deste jeito que nos amamos no final
Te vi tão longe e te busquei
Você me quis e eu fugi
A gente vive desse jeito desencontrando nosso beijo

Eu me entreguei e você veio
Eu me assustei, você ficou
Quando eu voltei desconfiado, teu recado foi mandado
Mas eu insisti, você voltou

Hoje eu te quero como sempre
Aceitei, te quero logo
Você me diz: melhor deixar rolar
Somos nós por desencontro
Esperando a voz do outro
E não da pra separar


Elânio
Curitiba –PR 10/06/2011 14:19

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Elânio o contador de histórias

Vídeos feitos na Hora do Conto da Livrarias Curitiba do Shopping São José. Todo sábado, às 17h, estou lá contando histórias e cantando.



Série Letras Sertanejas

“Coração selvagem, animal sem dono foge da paixão
Mas você me acerta com a sua flecha pra me ver no chão
Vai domar meu jeito, adestrar meu peito, vai cuidar de mim
Eu sou uma fera, mas se eu amo eu quero me entregar assim”

Paciência



Perdi a calma por ter tanta calma. Tudo o que eu preciso agora é de alguns minutos de explosão. Ninguém precisa me ouvir, eu só quero expulsar as palavras feias que eu seguro para me manter calmo. 

Eu realmente não sei o que fazer.  Exercito pacientemente minha calma a todo momento, me encho de esperança, preservo meu bom humor, me presenteio com a saúde dos exercícios e alimentos, durmo, dedico-me ao trabalho e ao amor. Assim, amanso minha falta de calma.

Paciência! Não se leve tão a sério ou você se torna um carrasco aos outros, foi o conselho que agora sigo.

A verdade é que aprendi a ficar furioso para ficar calmo. Uma fúria só minha, educada, discreta, tentando não atingir as pessoas ao redor. É por isso que hoje me considero um ser realmente tranquilo! Eu me encaro, parto para a briga comigo, me acerto com força e depois me cuido com carinho. Assim está sendo mais interessante agir com paciência diante da vida.

Não se iluda, não sou um ser calmo. Mas toda vez que eu me entendo, tenho muita paciência.


Curitiba 9 de junho de 2011 – 8:45
Elânio


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terça-feira, 7 de junho de 2011

Os donos dos jardins (Elânio Rodrigues)



Curitiba-PR 07 de junho de 2011. 8:35

Sempre a mesma acusação, a de que as pessoas daquele lugar eram infelizes. Faltava um bom dia, um sorriso, um olhar acolhedor, um enredo que sugerisse perguntas e respostas de uma boa conversa.
Alguns os defendiam, porque temos o direito ou a dificuldade da tmidez. Mas eu não sentia que era isso, faltava mais gentileza naquela educação formal. Faltava alguém que me dissesse sem nenhuma palavra: “eu não quero revelar minha intimidade, mas podemos nos comunicar sem medo, pode se aproximar”.

O clima chegou a me convencer que ele era o dono daquele lugar, isolando cada ser em sua casa, em sua família, influenciando humores com frio, chuva, vento, etc.

Um dia também decidi parar com a gentileza! Me tornei profissional em objetividade e modulação do tom de voz. Certeiro e imponente, distante e direto, às vezes conseguia me comunicar da forma como aquela gente mais vive, em baixa temperatura e sob o vento forte.

Em meu isolamento social decidi plantar flores e me apaixonei pela região. Notei a beleza dos jardins espalhados por calçadas, praças, sacadas, lojas, parques e quintais. Retomei o ânimo, como se tivesse falasse com as plantas, e passei a viver com poesia num lugar mágico.

Ontem passei em frente a um jardim e pensei: aqui deve morar alguém muito feliz. Havia plantas delicadas, gramas aparadas e um regador cheio d´água no fim da tarde. Vi que o dono do jardim é um senhor simpático e tranquilo que todos os dias, pacientemente, cuida de cada detalhe de seu lugar.

É só mais um jardim entre muitos, mas é único.
Eu o cumprimentei, elogiei.
Ele sorriu!
Agora eu sei que existe muita gente feliz e simpática por aqui.
Basta conhecer os donos dos jardins.


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sábado, 4 de junho de 2011

Para sempre

Algodão doce


Para lá e para cá, quase flutuando. 
O vendedor de algodão doce parecia dançar 
nos 
paralelepipedos de minha rua.
Curitiba, 8 graus, um operário bêbado me lembra poesia.






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